Friday, July 29, 2005

Terceiro Dia

O verdadeiro teste de fogo...

Tenho de ir a Badajoz - Espanha, tratar de uns assuntos e é a oportunidade ideal para rodar a moto. A minha mulher vai comigo.

A mala traseira com o apoio para o pendura prova ser uma boa escolha: os elogios da Pipa, que passa do sofrimento da XT para o conforto da Varadero, não cessam!

No caminho tive oportunidade de esticar um pouco mais a moto. Apenas por uma vez arrisquei os 190 Km/H. Os apertões da Filipa levaram a reduzir a velocidade para os 140, que foi a velocidade mais comum na viagem.

É um mimo...nada atrapalha. Um salto de gigante da minha querida XT.

A gasolina parecia voar. Parámos três vezes para reabastecer, a segunda delas foi mesmo no limite: depósito virtualmente seco!

Estava habituada à moto pedir para rodar a torneirinha para abrir a reserva e como ia absorto nos meus pensamentos sobre o Euromilhões, nem reparei que a luz de reserva tinha acendido. Mas tudo correu bem. Como a Filipa diz, todos os cães têm sorte e eu devo ser um grande cão!

As voltas em Badajoz familiarizaram-me mais com a moto em relação à minha preocupação com o seu peso e curvas apertadas e/ou a baixa velocidade.

O regresso fez-se sem incidentes...

Ao todo contabilizámos quase 600 km nesse dia.

O consumo que pensava ser elevado, depois de feitas as contas com os talões das gasolineiras e os quilómetros marcados no parcial B, ficou-se pelos 6.5 litros/100 Km. Nada mau.

O uso do computador de bordo ajuda, de facto, a controlar o consumo...

Segundo dia

O meu medo tomava nova forma...hoje era o primeiro dia a sério com a moto.

Peguei nela e às 9 já estava na Linhaway. Mostrei os riscos. Ele também achou curiosa a forma deles e imediatamente propôs a troca do protector por outro. Sexta ou Segunda já estaria lá a peça.

Perguntou-me o que estava a achar da moto e contei-lhe que não tinha tido oportunidade de experimentar grande coisa. Mas a questão do peso e das curvas estava ainda por resolver!

Uma coisa que me atrapalhava era o pedal das "mudanças"...parecia muito para dentro, quase debaixo da moto. Claro quer o problema é meu: ainda estava habituado ao pedal da XT que é um pouco mais saído.

Bom...

Depois de resolvido este promenor, lá me fiz à estrada!

Primeira vez na Autoestrada com a Varadero...a caminho de Sesimbra, onde trabalho.

Realmente a moto é um espectáculo. O peso está muito bem distribuído e com ela a rodar não se sente. Conduz-se muito facilmente.

Às 10 e pouco estava no local de trabalho. Trabalho com a minha Mãe e por isso mostrei-lhe logo a moto. A preocupação dela por ter mais um filho a andar de moto aumentou quando viu o tamanho do bicho...

Às 20 pirei-me, fui para casa, peguei na Pipa e fomos jantar a casa de uns amigos. Mostrei a moto a alguns amigos meus e estavam encantados.

Coisa que toda a gente que viu a moto me dizia era estarem surpreendidos com a cilindrada da mesma...ninguém arriscava mais do que 750cc. Houve mesmo quem pensasse tratar-se de uma 650cc.

Eu próprio quando via as Varadero passarem por mim, pensava tratar-se de uma moto de cilindrada inferior, talvez na casa dos 750cc. Mas eu também pensava que as Africa Twin ainda eram fabricadas, por isso tenho desculpa!

Mas ao fim do segundo dia já contava com mais de 100 Km feitos e estava contente.

Só as curvas dadas mais devagar é que me ofereciam ainda dificuldade, por causa do peso da moto. Mas eu sei que o problema é só meu: falta de confiança/habituação ao novo meio de locomoção!

Primeiro Dia

Ao meio dia e pouco de Segunda-Feira, dia 25 de Julho de 2005, o Miguel telefona-me. Já tinha a matrícula do meu "bébé" novo e ia enviar os elementos para a minha Corretora de Seguros (onde trabalhei durante 4 anos), para tratarem do seguro.

Falei com o meu amigo Zé da tal Corretora e ele disse-me que ia tratar do assunto mas só às 14, pois o pessoal já tava tudo a sair para almoço. No meu tempo o almoço era de uma hora, mas agora, devido a uma série de mudanças internas, ganharam mais meia hora de almoço.

Este era o contratempo nº1...

Mas nem era...o contratempo nº1 foi mesmo criado por mim!

O Miguel nunca me disse que me dava a moto ao meio dia...eu é que já nem estava a ouvir nada!

A minha mulher (Filipa ou Pipa), que na Sexta estava mais atenta, confirmou-me que a matrícula chegava às 12, mas a moto só estaria pronta para entrega às 17...a hora e meia de almoço do meu grande amigo Zé, era irrelevante para o processo.

Assim dei por mim a viver 5 das horas mais longas da minha vida por estupidez minha...

Aproveitei esse tempo para agradecer a Deus várias vezes pela Playstation e pelo Fifa 2004...

Às 17H20 lá fui eu de capacete debaixo do braço buscar a Varadero...

Cheguei ao stand, o Miguel deu-me as últimas explicações e conselhos e preparei-me para arrancar com o meu novo brinquedo.

Claro que a primeira vez que tentei arrancar a moto foi imediatamente abaixo. Bem feito!

Consegui à 2ª tentativa.

Trabalhar suave...uma maravilha!

O peso continuava a assustar-me e quando precisava de dar uma curva era o pânico. Parecia que nunca tinha tido moto...pior que a primeira vez que andei numa motorizada!

Fui a casa, pois a minha Filipa estava a chegar do trabalho...tinha também que deixar as malas laterais na garagem.

Ela pôs-se a ver a moto e reparou que o protector frontal estava estalado ou riscado...coisa muito leve mas de forma circular...

Tinha reparado nisso quando saí do Stand com a moto mas ia tão tenso que não liguei peva e até pensei ser reflexo da tampa do depósito no vidro. Mas não era...

Eu e ela fomos então à primeira "saída" com a moto: direitos ao posto Galp mais próximo pois os 3 litros gentilmente oferecidos pela Honda eram nitidamente curtos para qualquer volta, e depois ao Stand perguntar ao Miguel como era com os riscos.

O peso continuava a assustar-me e quando precisava de dar uma curva era o pânico.

Chegámos à Galp e vai de por uns euritos no bicho...15 euros...deu pouco mais de 11 litros. Já dava para a voltita...

Metemos pela marginal...erro crasso! Um trânsito fora do comum! Andar no meio dos carros estava fora de questão...foi o desespero até à primeira saída.

Fomos direitos à Linhaway mas já estava fechado. Azar!

A Filipa pediu então para irmos mostrar a moto aos Pais dela e, um pouco contrariado, acedi ao seu pedido. Não era longe de nossa casa.

Começou a chover: estava bonito o meu dia!

Chegámos a casa dos meus sogros, eles viram a moto, falámos um pouco e voltei para o meu "castelo". O conta quilómetros registava uns imponentes (ou impotentes?!?) 9 km!!!

Na manhã seguinte tinha de ir à Linhaway apresentar a minha "reclamação" o mais cedo possível...

O Início

Chamam-me Alex e moro na Parede. Para quem não sabe fica entre Cascais e Lisboa. Tenho 30 anos, casado e filhos: zero...por enquanto!

Precisava trocar de moto. Tinha (e tenho pois ainda não apareceu comprador) uma XT600E, de 97. Pouco andei com ela e o conta quilómetros ainda não atingiu os 12.000...uma vergonha.

Gosto bastante da XT mas as suas características impedem-na de ser usada para tiradas mais compridas. Uma ida ao Algarve, por exemplo, é uma prova de resistência...

Como actualmente faço uma média de 120km por dia, pensei em trocar de moto.

A minha moto de sonho sempre foi a XT: achava-a a moto mais bonita de todas e estava a borrifar-me para o resto da moto. A estética era tudo...a estética e o barulho do motor!

Quando finalmente consegui comprar uma e a fui buscar ao "Joaquim da Galiza" foi um dos dias mais felizes da minha vida!

Outra moto de sonho, para mim, era a Africa Twin...o seu ar "Dakar" enchia-me as medidas...

Quando finalmente me convenci a abandonar a minha adorada XT, a moto que pensei em comprar foi, claro está, a Africa Twin. De preferência um modelo que tinha visto a circular aqui na Parede (claro que deve haver mais em mais sítios) toda preta com autocolantes a cinzento (tal e qual a minha amada XT).

Fui ao stand da Honda aqui ao pé de minha casa (Linhaway), e de peito feito disse ao vendedor (Miguel) que queria trocar de moto e procurava uma A.T.

Deparei-me então com um obstáculo e fui confrontado com a minha ignorância, quando o Miguel me diz que "Africa Twin só em 2ª mão pois a moto deixou de ser produzida à xxxx anos".

Passado o choque, perguntei alternativas...apresentou-me a XL650V Transalp e a XL1000V Varadero...

Já tinha visto várias Varadero a passarem por mim e o design da moto cativava-me, mas nunca pensei em comprar uma. O desejo era a Africa Twin!

Mas quando vi aquela beleza no stand, toda preta, fiquei rendido e esqueci completamente a A.T.

A dúvida surgiu quando soube a cilindrada do bicho...1.000! Só pensava que era muito para mim...um salto muito grande da XT600 para uma 1.000! Mas o Miguel e a minha mulher iam-me dizendo que mudar da XT para a Transalp quase não valia a pena.

Isto era Sexta Feira (22 Julho 2005) de manhã...à tarde levei a minha XT para ser avaliada para deitar contas à vida.

Davam-me 2.000 euros pela XT. Mais algum que eu juntasse dava para uma bela entrada...Sábado e Domingo foram só contas de cabeça!

Falei com a minha Mãe sobre uma ideia maluca: fazia o crédito com ela em vez de ser com uma instituição financeira qualquer. Ela concordou em ajudar-me!

Segunda-Feira de manhã vou ter com o Miguel, e digo-lhe que já tinha pensado no assunto. A opção que eu queria era comprar a moto a pronto.

Negociámos umas ofertas da Honda a este cliente retornado (a minha primeira motorizada foi uma CRM50) e passei o cheque. A matrícula foi pedida e já não podia voltar atrás!

Terça-Feira ia levantar o bicho ao meio-dia...pelo menos, assim pensava eu!